24 outubro 2016

A paciente nº 729


Mais um dia de trabalho no hospital, a médica e enfermeira Lucy dedica grande parte de sua vida tentando salvar outras, e o fazia de muito bom gosto e sempre com um sorriso no rosto, ela era o tipo de pessoa que raramente se vê de mau humor.
Muitos pacientes iam e vinham pelos corredores daquele hospital, porém, uma sempre lhe chamou a atenção, a paciente nº 729, Hanna, em coma por quase 2 anos e meio sem dar nenhuma resposta aos estímulos apresentados, não falava, simplesmente não reagia de maneira alguma. Mas, a garota não era sua paciente, Lucy apenas ouvia falar dela e de vez em quando passava por seu quarto rapidamente, porém nunca ninguém a deixou cuidar do caso realmente mesmo que ela tivesse pedido inúmeras vezes.
Certo dia, a enfermeira responsável pelo caso de Hanna havia sido afastada por suspeitas de maus tratos à paciente, o que poderia ser uma das explicações mais aceitáveis para o fato de a garota não acordar ou reagir por todo este tempo. Lucy não perdeu seu tempo, pediu de imediato para substituir a outra enfermeira o que depois de muita insistência acabou conseguindo.
No dia seguinte, radiante ela foi até o quarto da paciente:
-Bom dia, Hanna! - A enfermeira disse com um sorriso nos lábios e em seguida seguiu com os procedimentos que deveriam ser feitos com a paciente 729 dos olhos azuis.-
Uma semana se passou e Lucy percebeu que estava obtendo sucesso, pois certos progressos já podiam ser notados no tratamento de Hanna. No dia anterior, por exemplo, a garota havia encostado sua mão na de Lucy. Neste sétimo dia, Lucy recebeu uma surpresa que a deixou mais que feliz, Hanna havia finalmente aberto os olhos e acordado.
-Hanna! Meu Deus, finalmente! - Dizia a enfermeira emocionada.-
Após 3 minutos de silêncio aproximadamente, Hanna conseguiu responder:
-Obrigada, Lucy, amo você! - Ainda que tenha falado baixo, Lucy ouviu perfeitamente e não foi capaz de conter as lágrimas. -
-Não precisa agradecer, meu anjo, o que fiz foi apenas meu trabalho, mas com um carinho mais especial, pois você de certa forma era especial para mim. -A enfermeira dizia enquanto segurava a mão da garota. -Bem, Hanna, infelizmente eu vou ter de dar uma notícia um tanto triste...
-São meus pais, não são? Eles morreram no acidente e agora sou uma adolescente órfã...- A menina dizia com os olhos marejados. - Pode me dizer, Lucy!
-Infelizmente sim, Hanna. - Disse Lucy já quase chorando também.- Eu sinto muito...
-Lucy, me leva para morar com você, por favor, eu não tenho mais ninguém! - A garota pediu desesperada.
-Ah meu Deus, Hanna, eu não sei se posso... Isto é... Não consigo entender, por que eu? Digo, sou apenas sua enfermeira...
-Porque você salvou minha vida. E sei que faria isso mais quantas vezes fosse necessário. Você não sente que tem uma estranha ligação comigo? Eu sinto o mesmo, Lucy, sei que parece meio doido, mas eu te imploro!
-Ah, Hanna... Sim, desde que chegou sinto ser ligada a você de certa forma. Tudo bem, eu farei o possível para que isso aconteça, não vou te abandonar, eu seria incapaz. - Ao dizer isso, as duas deram um longo abraço.
Lucy não teve problemas para adotar a garota já que ela não tinha mais ninguém, e então as duas passaram a viver juntas e muito felizes. Quem conhece Hanna, é capaz de afirmar que nunca a viram viver tão intensamente.
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Galerinha, esse conto foi escrito por mim. Espero que vocês gostem.

                                                                                                                              Beijinhos, Gaby.

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